Itaara amanheceu na quinta-feira (17) com o Ministério Público na prefeitura e na Câmara de Vereadores, além de residências. E mais: ainda no começo da manhã, os habitantes descobriram que o prefeito Silvio Weber (PSB) não despacharia mais na sede do Executivo pelos próximos seis meses – isso se seus advogados não conseguirem reverter o afastamento ao longo das investigações. A medida judicial foi determinada pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça a pedido do MP. Como o chefe do Executivo tem foro privilegiado ou prerrogativa de função, o caso é tratado no TJ.
O Ministério Público aponta um suposto direcionamento de licitações, o que teria resultado em um desvio de mais de R$ 471 mil aos sofres municipais. Weber nega as irregularidades e alega perseguição política para o denuncismo e seis CPIs no Legislativo. O fato é que o MP seguirá as investigações e terá, futuramente, uma conclusão, seja qual for.
Mas o que é certo é que a bela e aconchegante Itaara e, por tabela, seus habitantes, estão submetidos a uma briga política fratricida. Weber e Zimmermann são do mesmo partido, mas são ferrenhos adversários políticos. A disputa é tamanha que o MP investiga um roubo na casa do presidente, e Weber é apontado como suposto “autor intelectual”, já que Zimmermann teria em computadores provas que o incriminariam. A vice, Tita Desconzi, também é do PSB, é não teria boa relação com o prefeito e nem participaria das decisões do Executivo.
Independentemente do desfecho das investigações, que envolvem suposto desvio de recurso público, o que é sempre lamentável, é preciso que os políticos pararem com a guerra. Não pode a população ser prejudicada pela rivalidade política. Pode ser que a operação do MP também tenha um caráter pedagógico, além de mostrar que está bem atento ao que acontece na administração do município.